Estava sentado na sala de estar,
assistindo TV, de repente, pipocam tiros lá fora na rua, à La faroeste mesmo... – caramba são tiros! –
esbravejaram olhos arregalados para todos os lados que olhei, dentro de casa.
Se tivesse um espelho, perceberia meus próprios olhos daquele jeito.
Por instinto e por fuga, corri para fora, pois o
portão estava aberto... reboliço de pessoas correndo. Barulhos de vozes.
Desespero e terror. “ Mataram uma pessoa!” – grita alguém. De repente, tudo se
cala... Paira, então, no bairro (ou dentro de mim) um silêncio angustiante,
todos se recolhem. Só podemos ouvir nossos corações desesperados reagirem a tal
fato... TU-TUM... TU-TUM... TU-TUM... TU-TUM.
Suspiro,
com testa suada e boca seca... e penso onde chegamos. Penso nas vezes que fomos
acordados por tiros na esquina, ou que fomos paralisados diante de um quadro
terrível: ao roubarem o carro da vizinha (dividido em difíceis 24 meses) às 19
horas, enquanto passeávamos com o bebê. Lamentável cena, de mau gosto até nos
filmes de ação.
Confesso
que meu coração dói e meu estômago dá um nó gélido, quando me lembro de uma
segurança, da biblioteca que frequento, saindo correndo, com uma pistola na mão
e à frente dois assaltantes motorizados, carregando mais uma mochila de um
pedestre trêmulo. Como é difícil, semanas depois, tentar entrar ali naquele
estabelecimento público, rodar a maçaneta e não obter êxito... e no outro lado,
aquela valente mulher, com olhinhos miúdos e boca apertada, escaneando meu
rosto através do vidro e, por fim, relaxar e sorrir, ao abrir a porta.
A
trilha sonora de nosso tempo é esta: pipocos, tiros, gritos, desmaios
(suspiros). A decoração da cidade é: sangue, restos de massa encefálica e
intestinos, corpos ao chão. A música principal? O silêncio de um cadáver cheio
de sonhos. E, certamente, não fazemos
parte de uma festa, mas de uma algazarra triste de latrocidas, nos quatro
cantos dessa cidade...
Diante desse quadro, lembro-me
muito da destruição de livros num fogaréu, como o fez um ditador com os livros
proibidos para seu regime, mas o problema se alastrou nos últimos 80 anos, pois
o horror não acontece mais no centro de uma praça; mas banalmente numa esquina,
no trânsito, em frente de casa, quando chegamos ou saímos; até na porta da
faculdade – Como falar de Progresso nessa selvageria? São ditadores para todo
lado que se olhe, com armas em nossas cabeças, e, a partir de uma moto, fogo...
“pa-pum” – quem ler entenda.
Caro livro... ops, quero dizer,caro
leitor, é de vida e de livros (mesmo) que quero
falar... estranho né? Queria falar de pulsação, movimento, experiências boas,
nessa noite chuvosa em que escrevo este texto; mas tenho que falar do lado
violento da vida. Da destruição de livros. Coisa Horrenda!
E por falar em vida, penso que ela seja um direito muito primitivo, que nos remeta aos tempos em que o Estado nem existia. Acho que esse direito já estava presente nos antigos grupos humanos diante da ameaça de predadores nas florestas de outrora. talvez esse "direito" seja filogenético: a fim de perpetuar a espécie. . Diante disso, pude perceber que se
tenho ameaçado o direito mais primitivo de minha vida (ela mesma), lesionado e
descumprido definitivamente, imagine o que seria do direito de ter um iphone ou um Camaro,
ou até mesmo um Golzinho velho,
uma motoca?...
Lembro, com tudo isso em mente, que
conversava um dia desses com Leonora, sobre o quanto as pessoas são especiais - mesmo em meio a essa violência - ,
falava que aprendo isso em cada contato que tenho, por mais rápido que seja,
com elas. Costumo mesmo compará-las com livros, sabe leitor, e não só porque gosto muito de livros, mas
porque eles são mais que uma capa, são objetos especiais.
E por falar nela – na famigerada
capa –, por trás de uma de “mau gosto”, velhinha, frágil e rasgada, nova e “bonita”,
pode haver um grande livro – esse é um fato essencial para mim, um desafio. E
perceba que os melhores livros não são, muitas vezes, os mais caros, os mais
belos, os mais coloridos. Já encontrei um bom livro numa loja de conveniência,
em meio a bolachas e hambúrgueres congelados! O adquiri por míseros 11 reais.
Definitivamente, para mim,
pessoas são livros, estão nos lugares mais improváveis. Uma aventura.
Independente de quem sejam ou do que fizeram têm algo a mostrar. Cada um de nós
tem ou teve uma capa, por mais bela ou chocante que sejam.
E continuando a falar de capas de
livros, lembro de uma aula de Teoria Literária que tive há alguns anos, em que
o professor falava do “feedback da
literatura” (um esquema de reforçamento na produção literária), aquilo que
agrada aos leitores, entre enredos e capas (isso mesmo capas!), nos livros de
escritores famosos, fazendo-os modificar seus trabalhos totalmente.

Lembro que o professor afirmou
que um livro pode vender mais, e até virar um
Bestseller com grande ajuda das capas – daí a galera mudar a capa
de seus livros a toda hora. Isso está acontecendo até com Bíblias, que agora
tem capa até de oncinha! Mas, esse fato me deixou preocupado, porque percebi a
sutileza da superficialidade das ações humanas, produções artísticas à parte.
Valorizamos mais a capa do que o “conteúdo”?
Confesso que esse clichê me
incomodou muito nesses dias...
Lembro de estar numa livraria
semana passada, pra variar, e ver uma capa de Sherlock Holmes, parecendo uma de um típico livro infanto-juvenil
contemporâneo, mais colorido que o Bumba-meu-boi de São Luís, com umas formas
geométricas estranhas e abstratas. E há quanto tempo Sherlock Holmes não está por aí, né? É um velhinho travestido
à força, fugindo do ostracismo, com sua velha lupa. Mas ele deu umas retocadas externas, de
estilo, para poder agradar nossos adolescentes superseletivos.
É engraçado como as capas
definitivamente nos mobilizam, daí aquele livro de Holmes está à entrada da livraria, totalmente visível,
intrusivamente visível. E por falar nisso, lembro de uma pessoa que veio ao meu encontro,
quando passei no vestibular. Estava eu num dos corredores da escola, parado...
lá vem a pessoa, sorrizão no rosto, braços abertos à La Redentor – só faltou o
Corcovado . De longe, comecei a sorrir, com modéstia – fazendo sinal de “ ah
não foi nada...”. A pessoa chega, abraça, aperta, suspira e... e... diz: “que
surpresa, hein?! Quem diria...”. Quase caio para trás – “POFF!!!” – não
acredito no que acabo de ouvir! (sorrisos). Acho que eu não tinha a capa de um
livro que passaria no vestibular!
Começo a estagiar num lugar
muitos anos depois daquele episódio. É como se um livro de uma biblioteca pública, surrado e amarelado, fosse deslocado
para uma pomposa livraria, foi como me senti inicialmente . Depois de alguns dias, em uma supervisão,
minha supervisora vira para mim, meio constrangida e diz amigavelmente: “Igor,
a mãe do Fulano tá meio insegura em querer teus serviços, porque ela me
questionou se você é ‘inteligente’ mesmo... porque ela acha que você não é...”
(estava há uma semana atendendo seu filho e tinha conversado somente umas duas
vezes com ela – com a mãe). Olhando aqueles olhos tristes de minha supervisora,
poderia dizer: “Talvez minha capa não me favoreça, livros inteligentes não a
tem”.
Mas, leitor, o que me entristece
e chateia é que aquelas duas pessoas não me leram, nem me folhearam... Foram
logo dizendo, nas entrelinhas ou claramente, que eu parecia não servir. Que eu
era inútil. Nós fazemos isso mesmo... desistimos fácil do outro, muitas vezes
sutilmente.
Perdemos oportunidades, e nos
perdemos uns dos outros, porque não desfrutamos dos livros que surgem diante de
nós – dos livros que somos -, verdadeiras riquezas, descobertas... Estamos
preocupados com Capas, e por isso perdemos almoços de domingos, conversas
interessantes, segredos, um cineminha na sexta, uma viagem, uma corrida
maravilhosa no calçadão ou no Park, com muitos sorrisos e alegrias. Nossa
atuação diária não vai de uma prateleira a outra, é algo sem muito envolvimento,
sem muita conversa, uma obrigação na verdade... “Já estou aqui na prateleira,
alguém da livraria que te limpe e te ajeite!” – ouvimos o outro, ao abrir mão.
Mas, quando as aproveitamos nos
modificamos! Como esquecer da pernambucana Luiselza, que estava lendo um livro
em inglês que ensinava mandarim e me falou de como alguém se torna um tradutor
juramentado pela Academia Americana de Tradutores? (isso no ponto e dentro de
um ônibus!). Ou de D. Assunção, numa
esquina dessas de Teresina, senhorinha de cabelos brancos que iria fazer uma
cirurgia para tirar “pedras” da vesícula e me falou dos anos 40-50? Caramba,
como aprendi com esses dois livros, pude ler um pouco de suas páginas... e pude
ser lido.
Uma vez estava num almoço com a
família de Kennedy (meu melhor amigo), num de seus aniversários; e lembro de um
livro em sua cama, de Direito Constitucional – escrito por Luís Roberto Barroso,
hoje ministro do Supremo Tribunal Federal. Recordo claramente que começamos a
ler a introdução e ali encontrei uma frase que me impacta até hoje: “uma vida
fracassada é uma perda para a humanidade”. Vez ou outra repito essa frase,
provocando a paciência de meu melhor amigo desde aquele seu aniversário
(sorrisos).
Lembra dos tiros que ouvi hoje?
Foram seis, que atravessaram o corpo de um jovem, que caiu inerte, de cara no
chão. Havia buracos em sua cabeça, costas, braço, pernas... Ainda pouco, uma
pessoa que o conhecia disse que seu rosto estava irreconhecível, de tanto
sangue... livro manchado de vermelho, folhas despedaçadas, mero objeto de
perícia criminal, muitas vezes mal feita.
Enquanto ouvia isso, imaginava
comigo mesmo, nessa solidão de carnaval violento, porque nosso ministro do STF
falou que uma vida, uma única vida, seja a da vítima ou do homicida – ou de
qualquer outras pessoas – , é um fracasso não somente para eles e suas
famílias, mas também para mim, para o próprio ministro, para o prefeito, para
vizinha, para o dono da padaria, para a presidente, para o mundo todo.
Penso, tomando a liberdade de interpretar
Barroso, que todos fracassamos, porque temos falhado em lidar com o outro, como
ele se mostra, como foi editado, escrito ou até mesmo reeditado – sejam
indivíduos ou coletiviadades, seja um livro ou uma biblioteca. Temos tido
insucesso, porque somos pseudoleitores, não lemos muito nossas relações na
correria dos tempos! Nada mais interessante que uma bela capa numa Selfie, a ser postada numa rede social
qualquer, para ser curtida por centenas de outros livros não lidos – nem nos
lemos nem lemos os outros. Eis o máximo que fazemos... Estamos virando máquinas
de curtidas, para lamento de nossos dedos, na era da superficialidade.
E não pensem que isso não tem
impactos em políticas de saúde, políticas educacionais, políticas públicas,
legislações... porque tem – falo do não ler o outro ou os outros.
E
assim, fingimos que nos lemos, enquanto estamos analisando o tipo de sapatos,
calças que temos, cores de roupas – o que os outros pensam de nós ou dos nossos.
Quando estamos incomodados porque o Próximo apresenta a mesma capa há anos.
Coitado, ele não foi reeditado... não é rentável, segundo os moldes atuais -
dizemos. Quem acharia interessante um livro dos anos 30? Ah, leitor, vamos
cuidar dos nossos livros velhos, abandonados nos asilos – os esquecidos de
hoje... amanhã pode ser você, principalmente nessa era de globalização, em que
nos desatualizamos tão rapidamente.
Fingimos que nos lemos quando
damos aulas, fomentamos educação, “promovemos” saúde, quando legislamos ou
fazemos um belo discurso no parlamento, quando fingimos que não somos
corruptos, que corrupção está somente em Brasília ou na Petrobras, e esquecemos
que surrupiamos umas moedinhas a mais dada pela caixa do supermercado, ou
quando tentamos furar uma filinha, de mansinho...
Uma vida fracassada é também o nosso fracasso
porque não sabemos lidar com livros, os deixamos nos cantos, os abandonamos nas
ruas, lagoas, lixeiros, caixas de papelão cheias de formigas – apesar de sermos
também livros. Aqueles são livros abandonados e a serem escritos (não no
sentido lockeano)... são tão preciosos, leitor, tão preciosos que é algo que
foge ao entendimento pleno.
Mas me parece, nesses tempos de
estouros e balas, que somente traficantes têm percebido a riqueza e têm garimpado
essas jóias, ao aliciá-los e colocar fuzis em suas mãos – mãos que seguravam
uma pipa ainda ontem. O Estado não lhes dá lápis e cadernos, dignidade... eles
passam a escrever suas histórias (nossas histórias!) com armas e sangue, de
assalto em assalto. É a infância com cheiro de pólvora, vestida de violência,
longe de nossos olhinhos de classe média, de nossos narizinhos empinados,
sensíveis somente a fast foods. Ei, existe
um mundão entre o shopping e a Dysney! O que você despreza pode ser importante
para outrem, para nosso bem ou mal. O problema é que essa joiazinha, anos
depois, estará inerte, vazando sangue e cérebro pelo corpo – isso depois de
matar muitos inocentes – num abandono social consumado vinte anos após a
primeira lição de Teoria Geral do Tráfico.
Ninguém nasce “bandido”! Nós
formamos bandidos! Você nunca percebeu isso?! E porque não faz nada? Bandidagem
não diz respeito a caráter – e muito menos a personalidade - diz respeito a
relações Homem-Mundo. De como nos relacionamos com esse mundo, com os outros,
com as práticas sócio-culturais e econômicas... a como nos relacionamos com as
agências religiosas, educacionais, políticas... a como nos relacionamos
conosco. Por que não?
Por isso o ministro falou isso!
Estamos todos entrelaçados, desde que criamos sociedades fixas e culturas
específicas – desde quando abandonamos o nomandismo, através do domínio de
técnicas agrícolas e agropastoris, tornando-nos uma sociedade sedentária... ainda mais nessa contemporaneidade, quando nos conectamos na rede
mundial de computadores. Estamos numa complexa rede, em que nossas atitudes,
tudo o que somos, estão entrelaçadas a de outros. O grande problema, retirando
uma metáfora do futebol, é que uma rede toda rasgada tem que ser trocada, para o
jogo começar – mas o “espetáculo” começou de qualquer maneira, não foi D. Dilma
Roussef? Não foi povo brasileiro? Ninguém viu que as redes estavam imprestáveis?
Convenhamos...
Nossas estantes não abarcam os
livros que somos, que nos tornamos nesta segunda década de sáculo XXI... temos
nós mesmos que trocar essas estantes. Repensar a biblioteca que é o Brasil, e
mais: seus bibliotecários. É tempo de replanejar. A política tem que acompanhar
as evoluções sociais, se isso não ocorre ela é imprestável, dissintônica,
perturbadora. Há pouco, falei de música como o silêncio de um cadáver cheio de
sonhos... essa dissintonia sonora tem a
ver com os fossos entre o “Distrito Federal” e o restante do Brasil – por
exemplo a esquina violenta de minha rua. Tem a ver com a distância entre o
palácio do Sr Governador e minha – nossa – realidade.
É uma desarmonia patente, não sei
nem se isso é música... está mais para uma tentativa forçada, muito desafinada,
por sinal. Mas é a trilha sonora que está por aí: gente sendo calada, enquanto
“bombam” os discursos no Planalto ou na propaganda política partidária OBRIGATÓRIA.
Temos fracassado como humanidade,
Barroso, porque não temos o olhar treinado para resgatar livros de lugares
improváveis, quer seja uma loja de conveniência, uma lata de lixo, uma
biblioteca velha e sem dono, ou uma penitenciária... Falamos muito e pensamos
pouco, como disse Victor Hugo com desgosto: “Há mais bocas que falem que
cabeças que pensem”. Esquecemos de aliar o poder do nosso discurso com a força
de nossas ações. Que bobo, né? Mas é o que acontece.
Queria, por fim, deixar aqui um
trecho filosófico da saudosa Estamira – mulher forte, e iletrada, segundo os
padrões educacionais vigentes, mas não menos intelectual e fantástica– que sonhava no meio de um lixão em Duque de
Caxias (RJ), livro interessantíssimo de se ler – que encontrei por acaso no
livro espetacular do fotógrafo Marcos Prado Jardim
Gramacho de 2004; veja como livros nos impactam nos lugares mais
improváveis, leia um pouco de Estamira:
“ISSO AQUI É UM DEPÓSITO DOS
RESTOS. ÀS VEZES É SÓ RESTO, E ÀS VEZES VEM DESCUIDO. QUEM REVELOU O HOMEM COMO
ÚNICO CONDICIONAL ENSINOU ELE A CONSERVAR AS COISAS, E CONSERVAR AS COISAS É
PROTEGER, LAVAR, LIMPAR E USAR MAIS O QUANTO PODE. VOCÊ TEM SUA CAMISA VOCÊ
ESTÁ VESTIDO, VOCÊ ESTÁ SUADO, VOCÊ NÃO VAI TIRAR A SUA CAMISA E JOGAR FORA,
VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO. QUEM REVELEOU O HOMEM COMO ÚNICO CONDICIONAL NÃO
ENSINOU A TRAIR, NÃO ENSINOU HUMILHAR, NÃO ENSINOU TIRAR; ENSINOU AJUDAR.
MISÉRIA NÃO, MAS REGRAS SIM. ECONOMIZAR AS COISAS É MARAVILHOSO, PORQUE QUEM
ECONOMIZA TEM. ENTÃO AS PESSOAS TEM QUE PRESTAR ATENÇÃO NO QUE ELES USAM, NO
QUE ELES TÊM, PORQUE FICAR SEM É MUITO RUIM. O TROCADILO FEZ NUMA TAL MANEIRA
QUE, QUANTO MENOS AS PESSOAS TÊM, MAIS ELES MENOSPREZAM, MAIS ELES JOGAM FORA.”
Sem palavras, para essas lições
impactantes...

Vamos nos ler mais, aprender mais
uns com os outros, em leituras múltiplas. Vamos nos limpar, nos lavar. Vamos
nos prender ao que temos de mais precioso, nossas experiências. Ensinemos, pois
aos nossos filhos, que um livro tem muito mais que uma capa e que ele é
importante, não por sua externalidade, cor, transparência, brilho, papel, etc.
Mas por seu enredo único, e porque o temos. Capas são detalhes, às vezes elas
nem contam! Não nos imobilizemos por conta de nossas capas. Quem as faz somos
nós, bem como todo o livro, as estantes e a biblioteca – utopia à parte. Nos
curtamos na plenitude dos nossos relacionamentos, divulgando aos 2000 “amigos”,
ou não, pois uma vida fracassada é também o nosso fracasso; o contrário também
é verdadeiro, pois conservar as coisas é proteger, quando as usamos
(desfrutamos) o máximo que podemos – Barroso e Estamira muito me ensinam.
Alguém quer me ler? Escrevo-me.